
Editorial
Amados irmãos,
Novamente a sociedade brasileira quer discutir a questão do aborto e a sua descriminalização. Até pseudoevangélicos já se arvoram em defesa desta pauta criminosa.
Entendemos que aborto é crime e nenhum (verdadeiramente) convertido deve praticar, incentivar e colaborar com a interrupção da gravidez, em qualquer de suas fases.
Como bem descreveu Randy Alcorn [1]: “Toda criança no ventre é obra de Deus e faz parte do seu plano. Cristo ama essa criança e provou isso, tornando-se semelhante a ela - Ele mesmo passou nove meses no ventre de Sua mãe. Assim como os termos criança e adolescente, embrião e feto não se referem a seres não humanos, mas a seres humanos em diferentes estágios de desenvolvimento. É cientificamente incorreto dizer que um embrião humano ou um feto não é um ser simplesmente porque ele está em uma fase mais prematura do que uma criança. Isso é a mesma coisa que dizer que uma criança não é um ser humano, porque ele ainda não é um adolescente. Será que alguém se torna mais humano quando cresce? Se assim for, então os adultos são mais humanos do que as crianças, e os jogadores de futebol são mais humanos do que os jóqueis. Algo que não é humano não se torna humano ou mais humano ao ficar mais velho ou maior; tudo o que for humano é humano desde o início, ou não é humano de jeito nenhum. O direito à vida não aumenta com a idade e o tamanho; caso contrário, as crianças e os adolescentes teriam menos direito de viver do que os adultos”.
Tudo o que se precisava para proibir o aborto é o mandamento “Não matarás” (Êxodo 20:13), mas temos mais revelação de Deus sobre o assunto: Se seguir o seu curso natural o embrião se tornará um homem em toda a sua plenitude.
Do ponto de vista bíblico o conceito de vida real e vida em potencial se misturam. A linguagem bíblica é muito propensa a entender um bebê não nascido como pessoa. O Profeta Isaías fala do Senhor que o criou e o formou desde o ventre materno (Isaías 44: 2, 24). Desde o ventre o profeta se entendeu como que contemplado por Deus e chamado para o ministério profético (Isaías 49:5).
Outro profeta, Jeremias, fala que foi conhecido e consagrado por Deus antes mesmo de ser formado no ventre materno (Jeremias 1:5). O salmista Davi, no mesmo sentido, fala de Deus o tecendo e o formando no ventre de sua mãe. Relata ele o seu crescimento como o de uma semente plantada na terra (Salmo 139:13-15). O salmista sente o cuidado de Deus para com ele já no período embrionário. Tais afirmações nos indicam que Deus se importa com o ser humano mesmo que este seja apenas e ainda um embrião.
É impressionante observar que, em Lucas 1:15, João Batista foi considerado uma pessoa real mesmo antes de ser concebido. Ele, conforme Lucas, seria grande diante do Senhor, não beberia vinho nem bebida forte e seria cheio do Espírito Santo, já no ventre materno. O próprio Senhor Jesus, ainda no ventre de sua mãe, no primeiro mês de gravidez de Maria, foi chamado por Isabel de “meu Senhor” (Lucas 1:43).
Todos estes textos demonstram o valor da vida embrionária aos olhos de Deus. Tais afirmações somente reforçam a nossa convicção de que na concepção, isto é, na junção do espermatozoide com o óvulo, a pessoa já é considerada por Deus como gente. O maior valor, no entanto, deste pensamento se deu pelo fato de Jesus, nosso Salvador, ter vindo ao mundo passando pela forma embrionária, ainda que miraculosamente, sem que houvesse a coabitação entre seus pais. Quando Jesus veio a ser reconhecido como homem? No momento da concepção Jesus já foi assim conhecido. Tudo o que Ele viria a ser enquanto homem, já estava destacado nas palavras do evangelista. Ele seria grande e seria chamado filho do Altíssimo (Lucas 1:31-32).
A conclusão a que devemos chegar é que um embrião não é nada menos que um ser humano em potencial. Um embrião é um organismo vivo, pertence à espécie humana, é irrepetível e único sobre a terra. Ele ainda não se desenvolveu plenamente, mas a sua trajetória rumo à maturidade já se iniciou, e ninguém, senão Deus, pode interromper o seu caminho.
Sobre o direito à vida o comentário de Ramon Raposo completa esse pensamento: “Não somente quando embrião já tem direito e sim desde pré-embrião! Após a fertilização o zigoto vai passando por sucessivos estágios pré-embrionários onde ele, na fase de mórula, libera uma proteína imunossupressora chamada EPF (Early Pregnancy Factor - Fator de Gestação Inicial) que já sinaliza ao útero materno para não rejeitá-lo no momento da implantação, mesmo ele sendo um ‘corpo estranho’....assim a mãe acolhe-o para erodir e sangrar o tecido da mãe sem qualquer resposta de defesa da mãe....a vida é biologicamente um milagre e milagrosamente um plano de Deus em favor da vida inquestionável”.
É desigual a comparação entre os direitos das mães e os direitos dos bebês. O que está em jogo na grande maioria dos abortos é o estilo de vida da mãe, em oposição à vida do bebê. Nesses casos, é justo que a sociedade espere que um adulto viva temporariamente com um inconveniente, se a única alternativa é matar uma criança.
Os defensores do aborto desviam a atenção da grande maioria dos abortos ao colocarem o foco sobre o estupro e o incesto por causa do fator simpatia. Eles dão a falsa impressão de que a gravidez é comum nesses casos. No entanto, nenhuma criança é um “produto desprezível de um estupro ou incesto”, mas sim uma criação de Deus única e maravilhosa feita à sua imagem. Para uma mulher vitimizada, pode ser muito mais benéfico ter e carregar uma criança do que saber que uma criança morreu em uma tentativa de reduzir o seu trauma”.
Não devemos ceder aos apelos de grupos sociais, como “movimento feminista” e partidos políticos, que querem descriminalizar o aborto. Ensinamos aos nossos jovens e adolescentes o valor do sexo somente dentro do casamento (I Coríntios. 7:2-5). Assim sendo, e dentro de um planejamento familiar, a gravidez será sempre desejável.
Incentivamos as pessoas a sempre desistirem do aborto, e ensinamos ainda que as que pessoas que cometeram aborto precisam se arrepender, pedir perdão a Deus, e receber a purificação de seus pecados que é oferecido por Jesus através de seu sangue purificador.
“Quem tiver ouvidos ouça o que o Espírito diz às igrejas...” (Apocalipse 2:7ª)
Boa leitura,
Abraços temperados, que Deus continue abençoando suas vidas e boa leitura!
Carlos Alberto Simões e Maristela Simões

